Poucos animais possuem um registro tão antigo e completo como o
cavalo. Através do estudo de sua história, toma-se conhecimento dos
efeitos causados pela crescente mudança do meio-ambiente na batalha do
animal pela sobrevivência, e das adaptações que foram sendo necessárias
durante o processo de sua evolução. Com a mudança gradual do clima, a
terra se tornou mais seca, e os pântanos foram cedendo lugar a extensas planícies gramadas. De Eohippus, no espaço de vinte milhões de anos aproximadamente, evoluiu Mesohippus,
maior e mais musculoso, possuindo três dedos e patas mais longas. Seus
dentes, ligeiramente modificados, eram mais adequados para puxar a grama
do que para pastar nos arbustos e musgos dos pântanos.
Outros vinte milhões de anos se transcorreram, e apareceu Merychippus,
no qual apenas o dedo do meio, bem maior, tocava o solo quando o animal
corria, sendo que os dedos laterais, assaz reduzidos em tamanho, eram
usados somente em terreno molhado e pantanoso. Esse cavalo tinha o porte
de um cão, com dentes notavelmente diferentes: mais adequados para
triturar a mastigar. A cabeça possuía maior flexibilidade em sua base,
sendo proporcionalmente mais longa do que a de seus antecessores, e
assim o animal pastava com mais facilidade.