O movimento de repressão à bruxaria, iniciado na Idade Média,
alcançou maior intensidade no século XV para, na segunda metade do
século XVII, ter diminuída sua chama: o número de processos de feitiçaria
no norte da França aumentou de 8, no século XV, para 13 na primeira
metade do século XVI, e 23 na segunda metade, chegando a 16 na primeira
metade do século XVII, diminuindo para 3 na segunda metade daquele
século e para um único no seguinte. (Claude Gauvard - membro do Institut
Universitaire de France).
Em 1233 o Papa Gregório IX admitiu a existência do sabbat e esbat. O Papa João XXII, em 1326, autorizou a perseguição às bruxas sob o disfarce de heresia. O Concílio de Basileia (1431-1449) apelava à supressão de todos os males que pareciam arruinar a Igreja.
Uma psicose se instalou. Comunidades do centro-oeste da França acusavam seus membros de feitiçarias. Na Aquitânia (1453)
uma epidemia provocou muitas mortes que foram imputadas às mulheres da
região, de preferência as muito magras e feias. Presas, submetidas a
interrogatórios e torturadas, algumas acabavam por confessar seus crimes
contra as crianças, e condenadas à fogueira pelo conselheiro municipal.
As que não confessavam eram, muitas vezes, linchadas e queimadas pela
multidão, irritada com a falta de condenação.