Um certo dia, Vênus estava admirando a terra quando avistou uma bela moça chamada Psiquê. Vênus era uma deusa muito vaidosa e não gostava de perder em matéria de aparência, muito menos para uma mortal. Vênus chamou Mercúrio e disse-lhe: "- Mande esta carta para Psiquê."
Quando Psiquê recebeu a carta ficou admirada, recebendo uma carta de
uma deusa. Mas ficou muito decepcionada quando a leu. Na carta havia uma
profecia clamada pela própria Vênus. A profecia dizia que Psiquê ia se
casar com a mais horrenda criatura. Psiquê ficou desesperada, foi contar
para suas irmãs. Psique era muito inocente e nunca percebeu que suas
irmãs morriam de inveja dela.
Enquanto isso, no Monte Olimpo,
Vênus chamou seu filho Cupido: "- Meu caro filho, preciso de um grande
favor seu. Quero que você vá a terra e atire uma de suas flechas de amor
em Psiquê, e faça com que ela se apaixone pelo homem mais feio do
planeta". Cupido gostava muito de sua mãe e não quis contrariá-la. Então
foi. Quando anoiteceu, Cupido foi até a casa de Psique, entrou pela
janela avistou um rosto perfeito, traços encantadores. Cupido chegou bem
perto para não ter a chance de errar o alvo (apesar de ter uma mira
muito boa, mas estava encantado com a bela jovem). Se preparou para
atirar, esticou o seu arco e quando ia soltar a flecha, Psiquê moveu o
braço, e Cupido acertou ele mesmo. A partir daquele instante Cupido
ficou perdidamente apaixonado pela jovem. Voltou para casa, mas não
conseguiu dormir pensando na bela Psiquê.
No dia seguinte, Cupido foi falar com Zéfiro
(o vento oeste) e pediu para que transportasse Psique para os ares e a
instalasse num palácio magnífico, onde era a casa de Cupido. Quando a
noite caiu, a moça ouviu uma voz misteriosa e doce: "- Não se assuste,
Psiquê, sou o dono desse palácio. Ofereço a ti como presente de nosso
casamento, pois quero ser seu esposo. Tudo que está vendo lhe pertence. E
tudo que deseja será concebido. Zéfiro estará às suas ordens, ele fará
tudo o que você quiser. Eu só lhe faço uma exigência: não tente me ver.
Só sob esta condição poderemos viver juntos e sermos felizes".
Toda noite Cupido vinha ver Psiquê, mas em uma forma invisível. A
moça estava vivendo muito feliz naquele lindo palácio. Mas passando os
dias Psiquê ficava cada vez mais curiosa para saber quem era seu marido.
Certa noite, quando Cupido veio ver Psiquê, eles se encontraram e se
amaram. Mas quando Cupido adormeceu, Psiquê escondida e em silêncio
pegou uma lamparina e acendeu-a, e quando ela viu o belo jovem de rosto
corado e cabelos loiros, ficou encantada. Mas num pequeno descuido ela
deixou cair uma gota de óleo no braço do rapaz, que acordou assustado e,
ao ver Psiquê, desapareceu. O encanto todo acabou, o palácio os jardins
e tudo que havia em volta desapareceu, como num passe de mágica. Psiquê
ficou sozinha num lugar árido, pedregoso e deserto.
Desconsolado, Cupido voltou para o Olimpo e suplicou a Júpiter que lhe devolvesse a esposa amada. O senhor dos deuses respondeu: "- O deus do amor não pode se unir a uma mortal".
Mas Cupido protestou. Será que Júpiter
que tinha tanto poder não podia tornar Psiquê imortal? O senhor dos
deuses sorriu lisonjeado. Além do mais como poderia de deixar de atender
a um pedido de Cupido, que lhe trazia lembranças tão boas? O deus do
amor o tinha ajudado muitas vezes, e talvez algum dia Jupiter precisaria
da ajuda de Cupido de novo. Seria mais prudente atender o seu pedido.
Jupiter mandou Mercurio ir buscar Psique e lhe trouxesse para o reino
celeste. Então Jupiter, o soberano, transformou Psiquê em imortal. Nada
mais se opôs aos amores de Cupido e Psiquê, nem mesmo Vênus, que ao ver
seu filho tão feliz se moveu de compaixão e abençoou o casal. Seu
casamento foi celebrado com muito néctar, na presença de todos os deuses.
As Musas (jovens encantadas, que eram acompanhantes do deus Apolo) e as Graças
(jovens que representavam a beleza que acompanhavam a deusa Venus)
aclamavam a nova deusa em meio a cantos de danças. Assim Cupido viveu
sua imortalidade com o ser que mais amou.
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